O dólar comercial fechou em queda na última terça-feira, 2 de junho. A queda foi de 3,23%. Com isso, o dólar chegou a ser vendido por R$ 5,21 reais. Esse é o menor valor comercial desde o dia 14 de abril, quando o dólar chegou a ser vendido por R$ 5,19 reais. Essa também foi a maior queda diária do dólar desde o dia 8 de junho de 2018, uma sexta-feira de um ano em que o Brasil estava se preparando para o início de mais uma campanha eleitoral para a Presidência da República. Era o último ano do governo de Michel Temer.
Ademais, com a queda do dólar, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, fechou em alta. A alta foi de 2,74% e a bolsa chegou a 91.046,38 pontos. Essa é a maior alta registrada pela Bolsa de Valores brasileira desde o dia 10 de março, quando as medidas e as orientações de quarentena ainda não eram tão presentes aqui no país. Nesse dia, a Ibovespa chegou a 92.214,47 pontos.
É válido lembrar que o valor do dólar que é divulgado diariamente para a imprensa se refere ao dólar comercial. Para brasileiros que tem pretensões de viajar para fora do país e, por isso, precisam comprar a moeda do dólar em corretoras de câmbio, esse valor costuma ser bem mais alto, em função de taxas administrativas que são cobradas em cima do valor real do dólar.
O Dólar e a Reabertura tímida da economia
A última terça-feira, dia 2 de junho, foi marcada por investimentos de risco no exterior. Nos Estados Unidos, apesar do grande número de mortes por coronavírus, há planos de que a economia seja reaberta gradualmente. O mesmo acontece na Europa, onde os índices de mortes por Covid-19 tem diminuído aos poucos e, portanto, dado esperanças ao mercado de que tudo poderá voltar ao normal em breve.
A desaceleração na curva de contágio por coronavírus tem feito com que alguns investidores confiem mais na recuperação da crise que se vê atualmente não só no Brasil, como também no mundo todo.
Protestos antirracistas nos Estados Unidos influenciam na economia
Nos Estados Unidos, manifestações antirracistas, que foram motivadas pela morte de George Floyd no último dia 25 de maio, tem acontecido com frequência nas principais cidades do país. Em um primeiro momento, os protestos influenciaram fortemente na variação do dólar comercial.
Por outro lado, passados dez dias do homicídio, que foi cometido por um policial e registrado em vídeo, os investidores parecem estar dedicando mais atenção para as possibilidades de reabertura gradual da economia estadunidense, ao invés de focarem suas previsões sobre os protestos populares, que já completam oito dias.
Analistas de investimentos acreditam que, apesar da movimentação popular nos Estados Unidos contra o racismo, a retomada da atividade econômica tem sido a prioridade dos investidores. A esperança de retorno das atividades econômicas tem sido o principal tópico de discussão nesse momento tão delicado pelo qual os Estados Unidos passam em seu território.
Vale lembrar que o verão está chegando no hemisfério norte, e esse costuma ser um período em que a economia estadunidense está em alta. Resta saber como será o verão norte-americano em um ano atípico, em que uma pandemia causa graves consequências para o país. Ao todo, mais de 107 mil estadunidenses já perderam as suas vidas em funções de complicações que foram causadas pelo coronavírus.
Apesar disso, é fato que os protestos antirracistas nos Estados Unidos tendem a influenciar a economia do país, especialmente quando estas manifestações se alinham a um discurso contra o atual presidente, Donald Trump. Esse é um claro exemplo de como a política tende a continuar influenciando a economia dos países, mesmo em uma época onda a saúde publica é o foco de vários governos pelo mundo.
No Brasil, a situação não é muito diferente. Embora a pauta antirracista, assim como o discurso anti-Trump, estejam restritos aos Estados Unidos, especialistas afirmam que os recentes conflitos políticos na política brasileira tem piorado as previsões econômicas e acabam por dificultar uma possível recuperação da economia brasileira a curto prazo. De fato, o futuro na economia do país não parece nada promissor, pelo menos enquanto as incertezas políticas dominarem o cenário brasileiro.