Nesta quinta-feira, 4 de junho, o dólar continua a cair. A moeda norte-americana se aproxima do valor de R$ 5 reais no momento em que o mercado está na espera de que novas medidas de auxílio à zona do euro sejam anunciadas em breve.
Às 9 horas desta quinta-feira, dia 4, o dólar teve uma queda de 0,84%. Com isso, o dólar comercial chegou ao valor em reais de R$ 5,04. É uma queda significativa e que deve ser analisada com atenção pelos analistas e investidores em atividade no mercado econômico, especialmente no momento de crise sanitária pelo qual o mundo passa.
Um dia antes, na quarta-feira, dia 3 de junho, o dólar fechou com uma queda de 2,29%, chegando a valer R$ 5,09. Foi o menor nível de fechamento desde o dia 26 de março, quando as medidas de isolamento social e quarentena no país ainda estavam completando pouco mais de 10 dias. No dia 26 de março, o dólar fechou em R$ 4,99.
Na mínima da sessão, o dólar chegou em R$ 5,01. E na parcial da semana, passou a acumular uma queda total de 4,57%. Mas no ano de 2020 até o presente momento, a moeda americana ainda está em alta. A alta é de 27%.
Dólar e o cenário atual dos Estados Unidos
Pelo mundo, os principais investidores econômicos estão esperando, nesta quinta-feira, uma resposta sobre os pedidos semanais de auxílio desemprego nos Estados Unidos. Por parte destes investidores em economia, há ainda a expectativa de uma reunião do Banco Central Europeu. Nessa reunião, espera-se que as autoridades anunciem uma série de medidas para auxiliar a zona do euro nesse momento em que a curva de contágio e mortes por Covid-19 nos países europeus tem diminuído. Portanto, esses investidores estão confiando que medidas econômicas para estimular a economia europeia sejam apresentadas e tão logo validadas.
Nos últimos dias, o movimento de desvalorização do dólar perante outras moedas pelo mundo tem sido uma realidade na economia mundial. Passado o momento de maior desespero da crise, a injeção forte de liquidez que foi realizada por bancos centrais importantes, assim como os planos de reabertura da economia que foram apresentados, acabaram por provocar uma pressão que baixou o valor do dólar, que não por coincidência foi a moeda mais procurada no mundo quando a crise global atingiu o seu pico, em meados do mês de março.
Em um contexto mais local aqui do Brasil, as notícias sobre a emissão de dívidas soberanas por parte do Tesouro Nacional no mercado internacional reforçou a tese de que há alguma procura por ativos brasileiros no momento, o que acaba por causar um movimento de maior interesse dos investidores por riscos e de correção nas correspondentes taxas de câmbio.
Além disso, o fluxo cambial que se percebe no Brasil chegou a melhorar nas últimas semanas, apesar da grave crise sanitária em nosso país. O aumento da oferta do dólar deu a oportunidade para os investidores que sempre procuram reduzir as posições que são contrárias à moeda brasileira. Esse é um movimento econômico que aumenta a perda de valor do dólar perante outras moedas de outros países.
Apesar da queda excessiva do dólar nos últimos dias, especialistas em economia mundial acreditam que há grandes possibilidades de forte variação da moeda em um futuro próximo. Essas afirmações foram feitas considerando o atual contexto político dos Estados Unidos.
O país norte-americano tem vivenciado uma série de protestos populares contra o racismo e contra a violência policial. As manifestações dos estadunidenses foram motivadas logo depois da morte de George Floyd, um homem negro que foi assassinado por um policial branco.
O vídeo em que George Floyd repete a frase “Eu não consigo respirar” provocou reações de indignação em todo o mundo. E nos Estados Unidos, esse caso deu origem a tensões políticas locais entre o Poder Executivo e o Poder Judiciário, situação que tem influenciado fortemente na variação do dólar.
Variação do dólar e possível recuperação do real
O otimismo que age em favor de uma possível valorização do real a curto prazo é impossível de ser mensurada. Afinal, a curva de contágio e de mortes por coronavírus no Brasil segue em alta. Portanto, uma recuperação do real em relação ao dólar ainda é muito incerta.
Há ainda os riscos de que o Brasil sofra uma segunda onda de contaminação e se isso acontecer, a desvalorização da moeda brasileira tende a ser uma realidade daqui em diante. E os embates políticos entre os poderes acabam por reforçar esse cenário que não é nada atrativo para a economia do país.